Identifique as atividades que lhe dão energia, as Motivadoras para si, ou seja que o coloquem num estado mental, totalmente conectado, num total envolvimento, em que perde a noção do tempo e de espaço, tal é a satisfação e/ou paixão que sente em realizar aquelas atividades. Por outro lado, identifique aquilo que o Desmotiva, quais são aquelas coisas que detesta fazer, que são difíceis para si, e que por isso há uma forte apetência para a procrastinação.
Ser bom em tudo não é tarefa fácil, nem tão pouco produtiva, por isso é aqui que entra uma das mais importantes competências da liderança – saber delegar. Um bom líder, sabe identificar na sua equipa, aquela pessoa que tem melhores competências para desempenhar determinadas tarefas e com isso conseguir produtividade para o líder, para a sua equipa e para a organização.
Torna-se necessário terceirizar atividades, o que não significa que as abandone, delegue para alguém que goste de fazer essas atividades.
Como é que isso se faz, na prática?
Pegue numa folha em branco e liste todas as atividades que estão sob a sua responsabilidade hoje. Todas, sem exceção. Em seguida, classifique em duas colunas: Atividades Motivadoras e Atividades Desmotivadoras. Liste por ordem de intensidade da tarefa, ou seja, no cimo da coluna esquerda aquelas que mais o energizam e na coluna da direita, as que mais lhe roubam energia.
Em seguida, identifique pessoas na sua equipa ou até sócios que possam assumir algumas das responsabilidades que, para si sejam desmotivadoras, ou até poderá ponderar se é uma atividade em que valerá a pena contratar alguém para o fazer.
Para finalizar, na lista Motivadora, reveja todas as tarefas e reflita se atualmente estas tarefas deveriam estar sob a sua responsabilidade, apesar de serem atividades do seu agrado. Ás vezes, para quem empreende, algumas atividades podem nascer da necessidade de controle e não da necessidade de gestão.
2.Contrate a pessoa certa. Contratar a pessoa errada, faz-nos perder muito tempo. Recrutar, fazer onboarding, descobrir que não tem o desempenho esperado, dar feedback, demitir e depois procurar uma nova pessoa pode significar um ano perdido em baixa performance. Tempo demais desperdiçado, para uma empresa que quer ter alta-performance.
Por isso, para além das competências técnicas requeridas para a função, eu sugiro que dê atenção a duas principais características nos candidatos:
- Resiliência
Observe se o candidato para a função requerida, já passou por algum tipo de situação desafiante na sua vida pessoal e/ou profissional. São os desafios superados que fortalecem a resiliência. Quem viveu numa “bolha”, independentemente da sua situação sócio-económica, tem maior probabilidade de ser frágil e não perseguir com persistência os objetivos propostos.
- Curiosidade
São as pessoas curiosas que descobrem oportunidades e novas fontes de receita. Comece por observar as perguntas que a pessoa vai fazendo durante a entrevista. Quem não questiona nada, provavelmente também não irá perguntar nada ao cliente, por exemplo.
Como é que isso se faz, na prática?
Na entrevista feita aos candidatos, inclua perguntas que contemplem o grau de resiliência e curiosidade de cada um. Pergunte se já superaram um desafio, se já viveram “um momento de viragem”, se já cometeram erros graves, e se já empreenderam? Contemple também um espaço para as perguntas dos candidatos.
3.Conheça bem os seus clientes, concorrentes e colaboradores. Faça da chegada dos novos colaboradores um momento mágico, mesmo usando artifícios simples. Com os clientes, esta regra também funciona. Mas se este comportamento não for, natural para si, delegue a alguém na sua organização. Neste caso, note que a quem delega, necessita de ter um conhecimento profundo do que pensa, sente e deseja o seu cliente.
Como é que isso se faz, na prática?
Depois de contratar uma pessoa nova, deixe um presente no primeiro dia como uma caixa de bombons, flores ou até uma garrafa de vinho para celebrar. Vá almoçar com as pessoas novas na organização, fale da visão da empresa, ouça as expectativas que eles têm. Isto proporciona um maior envolvimento e motivação, criando uma conexão desde o primeiro dia.
Inclua na agenda momentos de conversa com clientes. Vá visitá-los, faça perguntas, investigue a fundo o que eles ainda procuram e que você não está a entregar. Ben Horowitz menciona no seu livro “The hard thing about hard things” que a melhor pergunta a ser feita é: O que nós ainda não estamos a fazer?
4.Recompensa a longo prazo. Provavelmente já ouviu falar da experiência efetuada com crianças e marsmallows. Em 1970, o psicólogo Walter Mischel, da universidade de Stanford, colocou crianças numa uma sala-espelho sentadas à mesa com um marshmallow à frente. Prometeu-lhes que voltaria ao fim de um tempo. Caso elas não comessem o marshmallow, ganhariam outro quando ele voltasse, como recompensa.
A partir daquela experiência, o psicólogo passou a medir o sucesso das crianças pelos 10 anos seguintes. O que ele notou é que as crianças que conseguiram resistir à tentação de comer o marshmallow na hora, tiveram mais sucesso do que as outras. Este é um reflexo da capacidade que nós temos de trabalhar com uma recompensa adiada, em vez de imediata. Para quem empreende significa investir, lutar e organizar-se em prol de algo muito maior a médio e longo prazo.
Como é que isso se faz, na prática?
As decisões que toma hoje são relativas ao mês, ao ano ou à década? As bases do futuro do seu negócio começam a ser construídas hoje. O empreendedor que toma decisões com base numa saída rápida do negócio ou numa lucratividade acelerada costuma deixar débitos pelo caminho que são pagos mais para frente.
5.Descubra os seus mentores e grupo de influência.
Se quer colocar o seu negócio num outro patamar, descubra pessoas com quem pode aprender, partilhar desafios e dividir os problemas que lhe tiram o sono.
A vida de quem empreende é solitária. Quanto mais crescer, mais solitária será. Encontre pessoas experientes, que o orientem que o ajudem, que o apoiem, que o incentivem a alcançar os seus objetivos. Pessoas que estão no mesmo percurso, ou que já alcançaram o patamar que pretende. Lembre-se “você é a media das 5 pessoas com mais convive” (Jim Rohn).
Como é que isso se faz, na prática?
Faça uma lista das pessoas mais experientes do seu mercado. Sonhe grande. Pense naqueles que são referências nacionais ou globais naquilo que você faz. Modele-os. Entre em contato com eles pelo Linkedin, Twitter ou e-mail, se conseguir encontrar.Tenha um pitch claro e o que espera da conversa. Estamos num momento do ecossistema que, cada vez mais, grandes executivos e empreendedores, querem aproximar-se da mentalidade empreendedora. Use isso a seu favor para se rodear de pessoas que te desafiem a fazer sempre melhor.
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