Quando a Dor surge…

Há uma semana atrás, estive na região centro de Portugal, a prestar ajuda às vítimas dos incêndios que assolaram o nosso país, no passado dia 15 de Outubro. Em família, resolvemos dar o nosso contributo e fizemos também apelo nas redes sociais, bem como junto dos nossos amigos e familiares para quem pudesse, contribuísse com bens alimentares, de higiene e roupas, o fizesse, pois nós asseguraríamos a recolha e trataríamos de os entregar a quem deles mais necessitasse. Partimos. O cenário que encontrámos foi desolador. Um extenso manto de preto e cinza envolvia toda aquela região deixando à vista um rasto de destruição extrema, parecendo uma qualquer cena retirada de um filme de guerra.
Só hoje consegui escrever no meu blog… Durante estes dias que passaram, refleti, sobre o que iria escrever no habitual artigo da semana. Tudo me parecia insignificante diante do acontecimento, diante de tanta Dor. A dor do desespero, a dor da perda, a dor dos maus pensamentos, a dor do beco sem saída. A dor da experiência humana.
Mas apesar da Dor, observei também atitudes de solidariedade, de humildade e de ajuda mútua. Uma mistura de sentimentos dignos do Ser Humano no seu mais elevado grau de carácter sublime.
E agora? Agora é tempo de agir, de renascer das cinzas, de renovar. Na vida, os momentos de grandes desafios precedem momentos de grandes conquistas. É assim, sempre foi e sempre será ao longo dos tempos. Quando estamos felizes, alegres, a vida flui pacificamente, porém, tudo na vida está sempre em constante movimento. A vida é movimento, estamos cá para evoluir e a dor faz parte dessa evolução. Serve para nos levar a um estado de maior autonomia, poder, humildade, entrega, realização plena.
 
Independentemente do desafio, há que observar a Vida numa perspectiva de “helicóptero”, como costumo dizer aos meus clientes de coaching. Há que observar o que nos aconteceu com um certo distanciamento. Nada acontece para nos punir, o que existem são desafios, aprendizagens. E perante o desafio há 2 perguntas chave a fazer e a responder:
1.O que posso aprender com este desafio?
2.Qual é a pergunta que este desafio quer que eu responda?
Cada um fará a sua reflexão, terá a sua aprendizagem.

A dor, a perda, a morte… como a Natureza nos ensina é uma oportunidade de renovação. É o ciclo da Vida. Podemos lutar contra, mas de nada nos serve. Como nos diz Osho, a propósito da Dor:

“As épocas de muita dor têm o potencial de ser épocas de grande transformação. Mas, a fim de esta aconteça, devemos ir profundamente às raízes da nossa dor e experimentá-la tal como é. A dor não é para fazer-te sofrer, a dor é para fazer-te mais consciente! E quando és consciente, a desgraça desaparece.” in Take it Easy, vol.2, cap.12.

É importante sentir a dor, aceitá-la e  fazer o período de luto. Mas depois, há que seguir em frente, pôr mãos à obra, entrar em ação. O prolongamento da dor é o sofrimento. Podemos não escolher a dor, mas o sofrimento, esse é uma escolha nossa. Sofrimento é querer que a dor nos acompanhe por tempo infinito. Todos nós temos o poder da escolha: posso escolher sentir dor, aceitar o acontecimento, pedir ajuda e tomar as rédeas da minha vida ou posso escolher ficar a chorar por tempo infinito, a intensificar a minha dor e a não chegar a lado nenhum.
 
Há que honrar a nossa dor, reconhecer os desafios pelos quais passámos e orgulharmo-nos da nossa caminhada. Cada um sabe o que já passou, o que já superou. Peça ajuda, não há que ter vergonha, pois somos todos um! Não estamos sós. Quando a dor passar, estaremos já num outro patamar na espiral da nossa evolução! Ás vezes parece que já nada faz sentido, mas há uma sentido sim, um sentido maior. Confie. O caminho é continuar. Estamos juntos!

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